25 de Abril…

cravo

O 25 de Abril, a revolução dos cravos… para mim, tem sempre a ver com música, o Grândola… até aos 16 anos (ou qualquer coisa assim…) pensava que era o hino de Portugal, confesso que tive um valente desgosto quando descobri que não era… e, sobretudo, qual era o hino oficial. O Grândola é bem mais bonito e muito menos bélico.

Depois, continua a ser a música que me invade as memórias de infância, depois do regresso a Portugal… o Vitorino, o José Mário Branco são os mais presentes. Lembro-me de estar, vezes sem conta, na plateia do concerto do Zé… dormir… acordar com a música final e emocionante… FMI… e que actualidade ela tem hoje! e as noites passadas na ‘trave’… a bater com as colheres para acompanhar a música do Vitorino e dos amigos, e, claro… de dormir nos colos de quem estivesse.

Havia um sentimento de alegria e bem estar com uma banda sonora a acompanhar…

Não vivi a ditadura…. nasci em Genebra, filha de refugiados das ditaduras…

Não vivi a ditadura… e não a quero experimentar… apesar de sentir que a vivo todos os dias na sua modalidade de século XXI…

Não vivi a ditadura…. não sei como era… mas, hoje em dia, sei como se está a instalar… e sei como foi a liberdade conquistada e vivida dos anos 80 e 90, lutámos muito para que os velhos hábitos não voltassem…

Não vivi a ditadura… de nenhuma época… de nenhum continente… e não tenho nenhuma curiosidade…

Não vivi a ditadura…. e hoje, que dizer? décadas de conquistas, de liberdades e de direitos perdidos, sem um pio, sem uma revolta real e efectiva…

Não vivi a ditadura… mas vivi a liberdade!!! e não sei como fizeram há 41 anos… mas parece-me, a mim, que talvez fosse boa ideia mudar de hino…

700

700

700 (ou plus) êtres humains perdus… et je n’entend que le bruit assourdissant du silence de l’insouciance du monde…

encore des êtres humais, des personnes comme toi, moi, nous! oui! des femmes, des hommes, enfants, jeunes te moins jeunes… avec une histoire… un passé… mais sans avenir… noyés en méditerranée… toutes les semaines…

et aujourd’hui… 700… je me souviens des ‘boat people’ dans les années 70… c’est con quand l’histoire se répète…. quant on connaît les raisons et les conséquences…. et ceux qui peuvent… ne font rient…. et eux… c’est nous… nous tous!